(25-02-2008) Algumas reflexões sobre a natureza dos Deuses

M. Diniz “Nemetios”

Texto originalmente publicado no blog “Parahyba Pagã” em 25/02/2008. Mantivemos a redação original, caso hajam novos comentários estes aparecerão entre chaves [] no texto.

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“Loggia di Psiche” por Rafael (1519)

[Este é um assunto em que minha opinião, nestes 10 anos, aprimorou-se e por isto mesmo, caberia muitos comentários cá no texto. Não o faremos, novamente, vamos nos ater o máximo a simples revisões gramaticais.]

Aqui tentarei esboçar algumas breves reflexões acerca da natureza, ou mais modestamente, do modo como são concebidos os deuses. O título não revela que o texto tem alguma relação com o de Marcus T. Cícero, como se é de esperar, apesar de considerarmos a obra do citado autor (De Natura Deorum, de Cícero) um excelente exemplo de uma reflexão “pagã” nos moldes filosóficos de sua época (século I a.e.c.), ainda altamente válida [e coloca “ainda” nisto]. De toda forma, que o que se segue deve ser considerado como mera especulação despretensiosa, apesar de mirar um alvo tão alto, talvez o mais alto. Me voltarei mais especificamente ao mundo do paganismo contemporâneo, sem nos comprometermos com sua profundidade e dinamicidade num todo, pelo motivo de que, no momento, seria irrealizável. Partiremos da questão simples: O que é o divino?

Como está obviamente colocado em sua formulação, esta questão requere, basicamente, dois conceitos básicos para sua compreensão, a saber, o de existência e o de divindade. O primeiro conceito é por demais complexo e resultaria em complicações filosóficas imensas imersas em 2 milênios e meio de controvérsias; nos ateremos, pois, a maneira de B. Pascal (PASCAL, 2006), ao significado intuitivo e corriqueiro deste termo [existência, o “Ser”], assim como utilizado em nossas conversas informais. O segundo termo implica igualmente em significados problemáticos; rejeitaremos o campo semântico que se refere a ‘entidades sobrenaturais’, uma vez que este conceito está imerso em uma visão que supõe realidades distintas ontologicamente; além do conceito de ‘sobrenatural’ como algo superior ao natural [não necessariamente: se concebermos como “sobreposição” ao natural], ser altamente questionável dentro das próprias metafísicas pagãs que questionam o estatuto do que se convencionou chamar de ‘natural’ de acordo com o paradigma científico ocidental.

Como é sabido, grande parte dos fenômenos que um cientista chamaria de “paranormal” ou “sobrenatural”, um pagão, assim como um ocultista, ou um espírita, não aceitariam de bom grado, ou concordariam de maneira séria com tal designação. Trataremos, pois, de buscar as acepções semânticas relativas aos diversos conceitos de divindade de acordo com as manifestações presentes em alguns sistemas de crenças populares, e que nos foram acessíveis, dentro do Neo-paganismo, assim como nossas experiências e algumas leituras nos encaminharam a tal.

De Archetypis Deorum

Etimologicamente a palavra ‘Arquétipo’ se liga ao conceito de ‘original, modelo’, palavra grega resultado da junção de ‘arkhē’, e ‘typos’, respectivamente “princípio, causa original, governo” e “impressão, estampa, figura, imagem, esboço, modelo”. O conceito resultante, que ao que me parece tem origem, ou pelo menos se mostra, relacionado ao platonismo e mais precisamente ao neoplatonismo, utilizado pelo santo católico Agostinho, serviu de base para a conceituação psicanalítica/psicologista utilizada por muitos neo-pagãos. Neste sentido, os deuses se apresentam como modelos “mentais”, tipos-base, forças “inconscientes” ou “subconscientes”, ontologicamente inerentes ao ‘interior’ do indivíduo; os modelos comportamentais que enraízam e significam as ações humanas interiormente e exteriormente. O aspecto ‘transcendental’ (no sentido kantiano) reside em sua atividade ontológica em si mesma: como são as próprias forças que movem o humano, são comuns (ou supõe-se que sejam) à todos [como categorias a priori kantianas, nas devidas proporções].

Assim, pelo menos, é como tenho entendido grande parte das especulações acercas dos deuses que me parecem derivadas de conceitos ‘freud-junguianos’. Neste sentido, os deuses são entendidos como primariamente inerentes aos humanos, “todos possuem deuses dentro de si”, ou o “deus”, a “deusa”, uma “centelha-divina”, e sua existência consciente liga-se através de técnicas de alteração da freqüência cerebral, transe e alteração da consciência em geral, permitindo experiências religiosas de relação íntima com as divindades. Doravante esta concepção [teísta] me parece favorecer uma prática de ‘magia’ de cunho pessoal, voltado tanto as modificações internas que o indivíduo crê necessárias, quanto as externas que se relacionam com ele.

O caráter imanente da divindade, e sua padronização diante da estrutura cognitiva, experimental e motora da espécie, parece, se assim aceitarmos, ser a responsável pelo que há de comum entre as diferentes culturas e padrões comportamentais divinos presentes em diversas mitologias, o que proporciona a interpretação de divindades alheias segundo um ‘typos’ conhecido. Os que assim parecem acreditar, geralmente não vêem problemas na interação de panteões ou de divindades de diferentes panteões, inclusive atribuindo certos aspectos a uma divindade que supõe se encaixar nas atribuições de um typos. O conceito de ‘egrégora’, que etimologicamente se liga ao verbo grego egrēgoraō e a egeirō, “estar desperto, acordado, levantar, ser excitado” também parece se relacionar a movimentos internos percebidos ou não, comuns, seja por instituição cultural ou mágico-religiosa, aos membros de uma comunidade. Este conjunto de sentimentos ou sensações, ligadas ao “despertar” de um suposto fundo comum de experimentação por meio de símbolos, tem um caráter inteiramente interno e pressupõe, pelo menos como vejo [no discurso neopagão], todo o discurso arquetípico.

Ainda nestas linhas, há uma crença no fortalecimento das egrégoras através da repetição mágico-religiosa, assim como das divindades-arquétipos por meio do culto e reconhecimento. Resumidamente, a primeira divisão que fazemos é de uma crença nos deuses enquanto Arquétipos distintos que possuem existência ‘real’, exclusivamente ou mais provavelmente, nas fundações da estrutura da mente humana, assim como são encarados como pessoais ou passíveis de contacto íntimo [resumindo: as divindades não existiriam como entidades reais externas à mente humana]. É interessante notar o quanto esta concepção das divindades é comum a sujeitos dos meios urbanos “civilizados”, e ao modo de vida altamente distanciado do mundo natural.

Dea et Deus

A consideração de existência real atribuída unicamente a um deus e uma deusa também é bastante comum, seja na atribuição de existência exterior a cada um, interior ou a mescla das duas posições, sendo característica da Wicca. Considera-se então, grande parte dos deuses de diversos panteões como manifestações arquetípicas (aqui também há as pressuposições freud-junguianas) de um único deus ou deusa ‘reais’ enquanto existências independentes [e externas] da mente humana. Os diversos arquétipos seriam ‘enquadrações’ ou ‘typos’ criados pelos humanos para se referirem a um mesmo deus e a uma mesma deusa, seja nas atribuições de padrões comportamentais, forças e instintos, divisões sociais entre outras coisas. Aqui também encontraremos a livre associação de panteões distintos e divindades igualmente diferentes [em uma espécie de “duoteísmo henoteísta”, existiriam duas divindades separadas, em gênero, concebidas – separadamente – de modo henoteísta: todos os deuses seria facetas de 1 deus, e todas as deusas seriam facetas de 1 deusa]. Se o deus e a deusa existirem de maneira exterior e independente a uma estrutura mental qualquer, resta saber de que maneira sua existência pode ser conhecida, se é que pode.

Não me parece problemático estabelecer de maneira ‘natural’ (leia-se ‘racional’) a existência de tais entidades, assim como a existência de qualquer coisa designada sob um conceito humano, uma vez reconhecido o significado da definição e as conseqüências que esta trará. O problema consiste muito mais em definir o significado de ‘deus’ e ‘deusa’ de maneira que não se torne um convite a contradição e incoerência discursiva, do que levar à sério as conseqüências morais e religiosas que se referem a uma definição [trecho obscuro!]. Ao que me parece, diversos autores Neo-pagãos, identificam, aos se utilizarem de uma noção de divindade semelhante a deste tópico, o deus e a deusa, a forças antagônicas e cruciais na formação do universo; como não nos cabe, no momento, averiguar a consistência ‘física’ destas especulações, mesmo considerando que muitos cientistas estranhariam (talvez por terem as noções judaico-cristãs da natureza da divindade), nos ateremos unicamente a questão de seus significados.

Resumidamente, associamos a segunda divisão do conceito de divindade no paganismo contemporâneo a uma espécie de “Biteísmo” [duoteísmo], onde são reconhecidos tanto como entidades, ou forças, na maioria das vezes consideradas incorpóreas, alheias a humanidade, supremas do universo, duas deidades, quanto como um deus e uma deusa que são conhecidos no mundo humano pela estrutura de arquétipos definidos, passíveis de acesso íntimo, muitas vezes representados por formas humanas, animais, mesclas e símbolos diversos. Por sua vez, são tomados na maioria das vezes como existentes independentemente das estruturas mentais humanas. Estes conceitos, ou outros similares, também me parecem favorecer práticas urbanas imersas na noção de sujeito e da liberdade individual das sociedades consumistas e liberais de nossa época, apesar de pressuporem um grau de “idealismo ou não-realismo” [na verdade, por incorrerem num maior nível de realismo platônico] menor que o tópico I.

Dea Suprema

Neste tópico, tentaremos abordar o conceito de divindade, geralmente associado às tradições de cunho diânico: a divindade enquanto ‘realidade’ única, associada ao conceito genérico de “Deusa”. Realidade única, no sentido de que é a quem cujo toda a criação e existência lhes são atribuídas e que se tem como Realidade última. Supõe-se que sua existência seja exterior, eterna apesar de se reconhecerem, geralmente, três aspectos ou ‘faces’ suas, e sua capacidade de mutabilidade. Muitas vezes é reconhecido um aspecto a mais [como manifestação ou hipóstase], que é identificado como o ‘Deus’, a quem são atribuídos o sistema de arquétipos da mesma forma que no tópico II. O deus é considerado parte integrante da divindade, e como tanto é considerada inferior ao todo, ou seja, à ‘Deusa’.

Muitas vezes lhe são atribuídas ainda, uma função semelhante a presente no conceito de “deus” dos sistemas Neoplatônicos, no sentido de “origem de todas as coisas” e “para onde tudo retornará” [substituindo o “Uno”]. Também lhe são atribuídas, na maioria dos casos, semblantes, estereótipos e aspectos humanos, apesar de considerar-se, no geral, que não possui forma humana. Também, apesar de ser considerada uma realidade exterior e independente da mente humana, há uma adequação de divindades de diferentes panteões a um sistema de arquétipos similar ao tópico II [ou seja, atribuirão uma abordagem henoteísta]. Ainda lhes são associadas extensão e materialidade, no sentido de considerar-se seu corpo como o próprio universo, em um sentido mais geral, e a terra onde vivemos em um sentido mais específico, aproximando tal ideia do conceito desenvolvido na ‘teoria de Gaia’. Apesar do desenvolvimento moral de tais considerações, culminando em um extremo respeito pela fauna, flora e o solo de um ambiente, a identificação material levanta o problema sobre como saber se as atribuições mitológicas relacionadas as diversas divindades de panteões diferentes são ‘prováveis’, ou mesmo, se possuem, de fato, alguma relação observável.

Mesmo se considerarmos que isto não é provável, o que não cabe a nosso texto, tal consideração não só se mostra válida no campo ético-moral, como capaz de associar-se a uma hipótese [pseudo]científica (o caso da teoria de Gaia). Resumidamente, este conceito envolve uma crença na realidade, a priori, exterior da divindade tomada como una e suprema, responsável por toda existência e eventuais possibilidades de existir, mutável, manifesta de maneiras diversas, geralmente identificadas com arquétipos mitológicos, e neste sentido é tomada como pessoal; atribui-se um corpo, material ou “sutil”, geralmente identificado com o planeta em que vivemos, e com o universo em um segundo momento. Entre suas diversas manifestações encontra-se uma considerada o “deus”, a quem são atribuídos funções e enquadramentos arquetípicos similares ao tópico II, apesar de neste caso o ‘deus’ ser considerado inferior e mera parte da ‘Deusa’ [resumidamente, pode tratar-se de um monoteísmo “sexista”, uma espécie de versão feminina do israelense “Javé” ou na melhor das hipóteses, de um esdrúxulo monoteísmo oriundo do culto a Magna Mater].

Dei et Deae

Há também um conceito de divindade que as concebe enquanto entidades exteriores a estrutura da mente humana, concebidos como eternos, apesar de haver sérias observações neste ponto, e corpóreos, seja num sentido de ‘corpo-sutil’ ou similar. São atribuídos aos deuses diversas funções do mundo humano e natural, que vão desde dormir, alimentar-se, copular, guerrear até, por exemplo, serem passíveis de comunicação apenas em uma determinada língua, ou dialeto (há quem fale, inclusive, em falar com a divindades em “Sua língua”, por mais que esta afirmação implique que se sabe verdadeiramente a ‘língua’ que as divindades ‘falem’, ignoramos como é possível tal conhecimento, por vias racionais ou passíveis de averiguação científica [?], sem incorrer em ‘arbitrarismos’ injustificáveis).

Pode-se conceber de forma exclusivista ou não, geralmente lhes atribuindo características estritamente humanas, que vão desde o “ciúme” ou preferência por seu povo, até características corporais étnicas (inclusive vestimentas) peculiares. É uma abordagem mais geralmente tomada por reconstrucionistas. Geralmente tais concepções são acompanhadas de interpretações míticas “literais”, e portanto, na crença e atribuição de estatuto ontológico fenomênico, como eventos e seres tais quais são descritos nas narrativas. Como os deuses são corpóreos a possuem diversos atributos das sociedades humanas, geralmente lhes são atribuídos locais de morada que, ao menos que se suponha universos separados (o que resultariam em um problema físico de interação das divindades neste espaço-tempo), se amoldam nas categorias de espaço-tempo cotidiano.

Como dito antes, lhes são atribuídas figuras humanas etnocêntricas e existências concretas exteriores a mente humana em todos os aspectos, o que supõe a existência, assim me parece, de todas as divindades e demais seres presentes em todas as mitologias de todos os povos do planeta, cada qual ligado a um conjunto de signos específicos, lingüísticos ou não, do seu grupo étnico, a semelhanças dos humanos. Apesar do alto contingente da população divina, suas rixas, paixões, e demais manifestações divinas, considerando as mudanças étnicas e culturais dos povos que as adoraram, parecem deixar de serem vistas pelos mesmos ou fundirem-se.

[Caberia também a concepção da existência “limitada” de um conjunto de divindades reais e externas a mente humana, cujas representações e concepções, assim como nomes e symbola, seriam percebidos de modo diferente por povos culturalmente diferentes mas interligados ancestralmente – esta seria, por exemplo, uma concepção que embasaria a “tradução” dos teônimos ou a prática da interpretatio]

Resumindo, este conceito, ou outro similar, se volta à concepção das divindades como existências reais exteriores aos indivíduos, geralmente eternas, ou pelo menos mantidas como tal por alguma ‘substância’ ou evento; de caracteres antropocêntricos, aparências e padrões-comportamentais étnicos, possuindo residências físico-temporais e todos os atributos e demais coisa concebíveis relatadas em seus respectivos mitos. Aqui se incorre num realismo duro, pouco rebuscado filosoficamente [em um sentido platônico].

Devi et Devae ut vibus naturalibus

O último conceito de divindade que nos pareceu explícito dentro de algumas manifestações do paganismo contemporâneo é a que tentaremos expor a seguir como sendo o das divindades enquanto forças naturais. As divindades são concebidas como forças inerentes a realidade exterior, energias, componentes e ‘originadoras’ das manifestações naturais percebidas ou não pela mente humana; geralmente são concebidas como “inteligências”, ou espécies de poderes, essencialmente ligados ao mundo natural, sendo suas representações na estrutura mental humana,  podendo ouo não serem tomadas como existências “interiores” inerentes (podendo, neste caso, se ligarem a ‘arquétipos’) ou idealizadas socialmente.

As diversas manifestações naturais que possibilitam a existência num todo são tidos como deuses e deusas, reconhecidamente percebidos como tal por meio de uma representação enquadrada em contextos étnico-culturais, sejam das forças que possibilitam a existência individual de todo e cada ser, sejam da existência conjunta, sociabilidade ou guerra de determinadas comunidades. As representações das divindades geralmente não se reduzem a antropomorfismo étnico, muitas vezes sendo representados por eventos ou seres aos quais estão relacionados no sentido mais estrito de ‘símbolo’ ao invés de ‘forma’. O contato íntimo e a comunicação com os deuses, quando admitidos, ocorrem de formas indiretas e exteriores, grande parte das vezes dependentes de fenômenos ou eventos naturais, como a interpretação do voo de pássaros ou libações, por exemplo.

Supõe-se que existam as mesmas forças atuando em diversos locais por todo o globo, sendo representadas pelas comunidades de diversas maneiras e com atribuições diversas relacionadas ao contexto sazo-existêncial de seus meios [neste caso, se conceberia um número limitado de “Forças”, as mesmas não apenas culturalmente, como concebidas por famílias culturais, mas globalmente como forças físicas objetivas]. Há também, eventos ou forças naturais ausentes ou presentes em determinado meio geográfico (como as nevascas, por exemplo) possuindo suas respectivas representações mítico-simbólicas ontologicamente relativas a estes mesmos meios. Há ainda, alguns que considerem um determinado grupo de divindades como desvinculadas das forças naturais (no sentido espacial e geográfico), possuindo ‘existência’ relativa somente a manifestações culturais ou estruturas da mente humana (sendo naturais em um sentido ‘mental’) como personificações de estados mentais e sentimentos, mecanismos e processos sociais, etc.

Se trata de um Realismo. Neste caso, se considerarmos um grupo de divindades “real” à todos, associadas aos fenômenos naturais, e um grupo associado basicamente as manifestações ‘humanas’ (se bem que a observância dos ‘fenômenos naturais’ também seria uma manifestação ‘humana’) distinto étnica e ontologicamente, o número de divindades ainda será enorme, mas, ao que me parece, ainda menor que o tópico IV. Resumidamente, esta concepção denota a existência de divindades, ou divinização das forças responsáveis pelos diversos fenômenos naturais, associadas às forças da Natureza (no sentido grego de physis), possuindo existência exterior, independente, vistas como poderes inteligentes ou ininteligíveis responsáveis pela existência num todo, representados de diversas formas pela estrutura mental humana nas diversas culturas e momentos históricos. Ainda se concebem a existência de divindades estritamente relacionadas às atividades humanas de forma interior e dependente das estruturas simbólicas, culturais, sazonais e sociais de um grupo; sendo sua existência ontologicamente definida e/ou relacionada, e seus poderes e esferas de ação, ao “imaginário coletivo”, e por decorrência em comportamentos, de uma etnia ou comunidade qualquer [neste caso, teríamos uma limitação de entidades existentes e uma diferenciação tipológica da abrangência da ação ou poder de uma deidade].

Como antes havíamos ressaltado, não coube a esta modesta reflexão acerca de algo tão caro e alto, especular acerca da probabilidade existencial, teste e verificação dos conceitos. Nosso intuito principal foi estimular a livre especulação (presente na Antiguidade, pelo menos, na Grécia e em Roma), compartilhar algumas visões e conceitos pressupostos ou declarados nos diversos ramos do paganismo contemporâneo, e principalmente, estimular o pensamento próprio e crítico de cada um acerca das generalizações e enquadramentos que tentei realizar. Como nossos esforços se voltaram, basicamente, ao campo semântico, pedimos desculpas por não havermos relacionado com eventos históricos como haver-se-ia de esperar.

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