
[Escrevi este texto há 5 anos e não só permanece atual como retrata um processo de construção cultural bem evidente no Ocidente. Foi originalmente publicado em: http://turigani.blogspot.com.br/2013/01/ser-homem-e-demode.html?zx=5b3434570bbf1815 em 13 de Janeiro de 2013]
Os valores masculinos vêm sendo repetidamente rechaçados na sociedade em que vivemos, pelo menos nas representações midiáticas e diretrizes governamentais. É um tal de “não revide” que eu ouço 3 vezes por dia (e nós somos minimamente inteligentes para entender que não se trata de revidar só ao crime, mas a toda forma de exploração). Um tal de “futebol” 30 vezes por dia, mas não para jogar, e sim para preguiçosamente assistir, junto com o MMA, claro. Um tal de “cerveja” outras 50 veze. E tudo isso tem uma finalidade: Deixar os homens tão molengas, que não levantem mais a bunda de seu sofá nem para prover o lar.
O discurso dominante é o seguinte: o homem contemporâneo tem o dever de buscar seu lado feminino. As mídias criticam atitudes típicas da masculinidade e sugerem novos e fracos aspectos do que é masculinidade. Coincidência ou não, aquelas que lhe rendem lucro: exagero de cerveja, MMA e futebol). Os homens estão embriagados com uma rotina urbana de trânsito, patrão e trabalho sentado, estressantes; com cerveja de péssima qualidade (não me espantaria se a maioria for feita com milho transgênico); e com um culto sintomático ao futebol. Por falar em sintoma, isto está deixando os homens mais pançudos do que seus ancestrais jamais sonharam ser.
Por que?
Deve ser para não perceberem o que estão tirando deles: hombridade: tudo! Sabe de uma coisa, homens têm testosterona, além de musculatura, pelos e gônadas sexuais distintas. Isso lhes dá energia que precisa ser liberada. Até algumas décadas atrás as sociedades tinham uma forma (nada razoável) de liberar esta energia: guerra. E desde sempre nossa espécie encontrou uma forma fantástica de liberar o excedente: brincar, que depois tornou-se esporte.
Mas o homem atual, coitado, não pode brigar (porque é feio), não pode correr (porque é feio, faz suar, e meios de transporte existem), não pode praticar esporte (porque deve trabalhar 8 horas por dia se mexendo pouquíssimo, passar mais 3 no trânsito, sentando, e chegar em casa morto para abrir a boca arriado na frente da tv tomando aquela porcaria de cerveja). O homem de hoje deve ser sentimental, compreensivo, pacífico (enfim, uma mulher), pagar 40% de sua renda em impostos sem reclamar (como faziam servos feudais), ficar molenga, barrigudo e fraco (para morrer cedo e não onerar o sistema previdenciário), não revidar e não opinar.
Para resumir: não deve ser homem, deve ser um escravo, do tipo el nuco. O homem contemporâneo vem sendo “castrado”, só que os imbecis tão tomando tanta cerveja que, entorpecidos, não estão nem se dando conta disso! O único prazer que os descompensados têm hoje em dia é ir ao estádio de futebol – e lá já não podem tomar cerveja para não brigarem. Porque num ritmo de vida doentio desses, só podem pirar ao ponto de achar que o sujeito que torce para outro time é diferente, é o inimigo.
Sou só eu que vejo a figura arquetípica do herói sendo rotineiramente denegrida? E só ter espaço na arte de massa a do bêbado baladeiro e a do trabalhador escravizado escapando pelas tangentes de deveres que deviam honrá-lo, como prover a família e responsabilizar-se para com o coletivo?
Estou falando da figura fashion do ‘malandro’, que já faz décadas estão tentando importar do RJ para o resto dos homens brasileiros engolirem e vestirem. Dá para reclamar do alto índice de mortes por acidentes de carro (outro hobby que chamam de saudável) entre homens jovens nesse império (que chamam de país)? E para o sujeito escravizado e castrado o que resta se não o alcoolismo e espancar a companheira e os filhos? (Não estou concordando, estou compreendendo) Para, finalmente, adotar o mais anti-heróico dos valores: a covardia!Não devo ser a única pessoa a ter a sensação de que os valores masculinos estão fora de moda, e que a ordem vigente é a feminização (se é que esta palavra existe, não encontrei nenhuma que estivesse desvinculada do significado de tornar homossexual, então, acabei criando uma). Mas a maldita ordem vigente tem um nome para homens que não querem ser femininos e quem concorda com eles: reacionário. Essa palavra, sim, tá na moda, vejo umas 5 vezes por dia. E aliás, o que estou para ver é uma definição decente do termo. Me parece que basta opinar contra tudo o que é politicamente correto para ser reacionário. Um termo tão genérico e chulo quanto ‘machismo’, mas muito apropriados para quem não consegue pensar por si próprio e só reproduz discursos de pseudo-intelectuais.
Enfim, apresentei um problema, agora tenho que apresentar solução. É simples: machos capazes de me ler, mecham-se. Façam coisas realmente masculinas: corram, pedalem, metam-se no mato, pesquem, pratiquem a porcaria do esporte, joguem a bola e enfiem o soco, não fiquem só assistindo. E principalmente, gastem sua energia com propósitos frutíferos, como alcançar o bem-estar da sociedade, parem de tremiliques e de derramar lágrimas por times, tá cheio de ladrão, assassino, mal caráter nesse país. Lutem contra eles, não contra outros bundões bêbados e motoristas estressados iguais a vocês! Sejam soberanos de si!
e para as mulheres: aprendam a escolher homens de verdade, que tenham maturidade emocional para um relacionamento e não somente rostinhos bonitinhos =p
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